Você sabia que, mesmo como dono de empresa, você tem a opção de recolher FGTS (facultativo) na modalidade de Diretor?
Mas a pergunta é: para que serve? E vale a pena?

Na minha opinião, como empresário e contador, sim, vale a pena. Um dos fatores é que, primeiramente, o brasileiro, em geral, precisa “pagar para guardar” — e isso ajuda na disciplina. O valor será recolhido automaticamente junto com o FGTS digital pago aos seus funcionários, e o recurso sairá do caixa da sua empresa. Ou seja, pode ser considerado uma despesa dedutível, sendo uma estratégia tributária.

Além disso, o saldo pode ser usado para abater financiamento imobiliário e também servir como um fundo para quando for encerrar a empresa, possibilitando o resgate.

É lógico que deixar o recurso sob a gestão do governo, para muitos empresários, pode parecer inviável. Isso é excelente quando você já tem disciplina para fazer reservas, aplicações e sabe onde investir. Mas, quando não se tem esse hábito, eu recomendo essa estratégia.

ALÍQUOTA BASE DE CÁLCULO VENCIMENTO FORMA DE PAGAMENTO
8% Valor do pró-labore Dia 20 Através do FGTS Digital

E se eu não tenho funcionário, mesmo assim posso contribuir?
Sim, através do seu pró-labore mensal.

📌 Benefícios do FGTS facultativo para o empresário

  1. Reserva financeira com rendimento garantido

    • O saldo do FGTS rende TR + 3% ao ano (e, nos últimos anos, também parte dos lucros do FGTS).

    • É um rendimento baixo comparado a outros investimentos, mas com risco praticamente zero.

  2. Acesso ao saldo em situações específicas

    • Mesmo sendo recolhido de forma facultativa, o empresário pode sacar:

      • Em caso de rescisão sem justa causa (se tiver contrato CLT com a própria empresa, o que é raro);

      • Aposentadoria;

      • Doenças graves (câncer, HIV, estágio terminal);

      • Compra de imóvel residencial;

      • Amortização de financiamento imobiliário;

      • Desastres naturais na cidade;

      • Falecimento (herdeiros podem sacar).

  3. Proteção para herdeiros

    • Em caso de morte, o FGTS é liberado para dependentes ou sucessores, funcionando como uma espécie de “poupança forçada” para a família.

  4. Disciplina de poupança

    • A possibilidade de recolher todo mês cria um fundo que o empresário não pode sacar a qualquer momento, ajudando a preservar recursos.

  5. Possível segurança jurídica em algumas situações

    • Para diretores ou sócios que também atuam como empregados (CLT), pode fortalecer o argumento de vínculo formal, útil em determinadas disputas — embora também possa gerar riscos fiscais se não for bem estruturado.

⚠️ Pontos de atenção

  • Baixa rentabilidade: o FGTS perde para a inflação na maioria dos anos.

  • Imobilização do dinheiro: não é possível sacar livremente.

  • Custo adicional para a empresa: a alíquota é de 8% sobre o salário definido no contrato.

  • Risco de questionamento: se o empresário não tiver um vínculo CLT legítimo, a fiscalização pode entender que não há base para o recolhimento.

💡 Em resumo: O FGTS facultativo para o empresário é mais uma forma de poupança com liquidez restrita e proteção social do que um investimento. Só vale a pena se ele realmente quiser ter acesso aos saques previstos em lei e tiver fluxo de caixa para manter os depósitos.

Nós, do Grupo AndMend, temos a missão de estruturar empresas e empresários para estarem legalizados e organizados, a fim de usufruir dos benefícios de ser um empresário gestor.

Por Rafael Mendonça
Contador / Consultor Empresarial