Reforma Tributária
O que é Split Payment?
O split payment, ou “pagamento fracionado”, é um dos mecanismos mais importantes da reforma tributária brasileira, atuando diretamente na forma como os novos impostos (IBS e CBS) serão recolhidos. Ele foi criado para simplificar o processo e combater a sonegação fiscal.
Atualmente, uma empresa vende um produto ou serviço, recebe o valor total da venda do cliente e, depois, é responsável por calcular e repassar os impostos aos governos (federal, estadual e municipal). Com o split payment, esse processo muda de forma significativa.
Como o split payment vai funcionar?
Na prática, a lógica é que o valor do tributo seja separado automaticamente no momento da transação. Em vez de o valor total da venda ir para o vendedor, a parte correspondente ao imposto é retida e enviada diretamente para o governo. O vendedor recebe apenas o valor líquido da operação.
Imagine a seguinte situação:
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Você compra um produto por R$ 100;
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Desse valor, R$ 10 são de impostos.
No modelo tradicional, a empresa recebe os R$ 100 e, mais tarde, precisa pagar os R$ 10 ao governo. Com o split payment, o sistema de pagamento (banco, operadora de cartão, plataforma digital) retém os R$ 10 e os direciona ao governo, repassando à empresa apenas os R$ 90 restantes.
Vantagens e desafios
O split payment traz uma série de vantagens, especialmente para o governo e para a simplificação do sistema, mas também apresenta desafios para as empresas.
Para o governo:
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Combate à sonegação: Garante que o imposto seja pago no ato da transação, dificultando a inadimplência e a sonegação fiscal.
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Maior eficiência: Aumenta a velocidade e a certeza da arrecadação, já que o dinheiro não passa pelo caixa da empresa.
Para as empresas:
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Redução da burocracia: Diminui a necessidade de cálculos complexos e emissão de guias de recolhimento, pois o processo é automatizado.
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Impacto no fluxo de caixa: Por outro lado, pode afetar o fluxo de caixa das empresas, já que elas não terão mais o valor bruto da venda por um tempo, como acontece hoje.
A implementação desse sistema será gradual e exigirá a adaptação de todos os sistemas de pagamento, de faturamento e de gestão (ERPs), tanto dos bancos quanto das empresas. O objetivo é criar um ecossistema de quitação fiscal mais eficiente e seguro, mas a transição exigirá um planejamento cuidadoso por parte de todos os envolvidos.